sábado, 30 de março de 2013

Dia da Cirurgia Bariátrica - 20.03.2013


Pessoal, EU OPEREI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



Pois é, hoje faz 10 dias!! (achei que teria tempo de sobra na recuperação escrever...)

Correu tudo bem, ainda bem. 

No dia anterior à cirurgia, tirei folga no trabalho e fiquei em casa sozinha, o que para mim foi muito bom. Coloquei roupa para lavar, fiz gelatina,  separei os exames, as roupas para levar para o hospital, depilação, olhando alguma coisa que passava na TV. E acredita que no final do dia ainda não tinha feito tudo? Fiz bem devagar e tranquila. Só começou a bater o pânico na hora que meu marido chegou, ainda tinha coisa para fazer e, principalmente, porque ele chegando alguém que ia me lembrar do que ia acontecer no outro dia. 

No final do dia, eu não quis atender telefonema de ninguém, nem responder mensagem bonitinha de boa sorte, qualquer coisa me fazia chorar, e eu não podia ficar mais frágil. 

20/03/13 - O dia

Antes
Como eu ia me internar às 6h, acordei bem cedo, tomei um banho e fui. Umas lágrimas caíam no caminho, muito medo. Comecei fazer a ficha, meus pais e irmão chegaram e eu nem quis cumprimentá-los para não chorar mais. Na hora de subir para o quarto minha mãe foi comigo. Daí pra frente tentei me preocupar com uma coisa de cada vez para não entrar em pânico. 
1. O médico tinha pedido para eu lembrá-lo de avaliar a possibilidade de tirar a vesícula. Descobri as pedras nos exames pré operatórios (tinha os feito um ano antes e não tinha nada). O médico perguntou se eu sentia alguma coisa e eu disse que não. Ele: então deixa, a gente opera daqui um ano quando você estiver mais magra. Nas últimas semanas antes da cirurgia, tive duas crises. Na consulta pré operatória, falei para ele que tive as crises e ele me pediu que o lembrasse no dia. Reforçou que dependia das condições de momento, pois os buracos da bariátrica são diferentes dos da vesícula. 
Falou que entra na cirurgia pensando em não por dreno, mas se for necessário, ele põe. Especialmente se fizesse a vesícula, poderia sobrar alguma coisinha e aí, colocaria o dreno. Mesmo assim eu pensava que seria bom já resolver essa questão de uma vez só do que ter que passar por tudo isso de novo
Então a minha preocupação master era lembrar o cirurgião e dar uma pressãozinha de leve. Então fui falando para todos os enfermeiros, anestesista, minha mãe foi pra porta do centro cirúrgico e pediu para falar com o médico, eu pedi para esperar para me apagarem para falar com o médico... enfim.. valeu muito a pena!! Com 7 furinhos no total já me livrei da vesícula. E melhor, sem o dreno! Foi perfeito.

2) Paralelo aos recados da vesícula, também reforçava a questão de me darem um remédio para não vomitar ainda na mesa de cirurgia para eu não correr risco de fazê-lo ao acordar. Esse era meu pânico. Quando cheguei no hospital e a enfermeira disse que eles faziam isso, já fiquei um pouco mais calma.

3) Com a orientação do médico, eu interrompi o anticoncepcional (emendo cartelas) uma semana antes para não estar menstruada no dia. O que foi em vão pois não tinha acabado. Liguei no consultório e as atendentes falaram que não era um problema. Mas fui para o hospital, com um monte de tampax na esperança de deixarem eu usar. Meu medo era colocarem aquele maldito tampão. No quarto, a enfermeira disse que eu apenas usaria um pano por cima. Mais um alívio.

4) Já tomei a primeira famosa "injeção na barriga" (Clexane) já logo antes da cirurgia. Estava menos nervosa que o habitual (que é surtando) porque minha amiga tinha falado que não doía. Tomar antes já me deu a dimensão exata do negócio, o que foi bom.

5)Tinha pedido muito ao cirurgião nas consultas um calmante. No início ele disse que não era necessário para essa cirurgia. Na última consulta antes, ele disse para eu falar com o anestesista que passaria no quarto. Ponto positivo: eu nem precisei pedir pois e ia me dar. Ponto negativo: era uma injeção intramuscular, que eu morro de medo (mesmo!). Ponto de preocupação: não dormir e avisar da vesícula (que acabou sendo resolvido, como disse acima).

Fui para a espera do centro cirúrgico. Fiquei longe de apagar, mas não fiquei paranóica pensando nos medos e etc.. o que foi ótimo! Quando me levaram para a sala de cirurgia, minha preocupação era avisar da vesícula e do remédio para enjôo, então não tive muito tempo de ter medo. 

Curiosidade: colocaram aquele oxigênio em mim e me deu uma coceira no nariz. Eu precisaria afastar a máscara para coçar, então pensei: ah eu já vou apagar mesmo, deixa quieto. Quando voltei da anestesia, qual foi a primeira coisa que fiz? Cocei o nariz. Nossa, que coceira. Impressionante como a anestesia para e te trazer no mesmo exato momento e sensações.

Depois
Acordei sentindo dor na barriga. Já chamei alguém na mesma hora pedindo remédio para a dor. E ele: depende, que dor que é? Eu: aqui e aqui (barriga). Ele: isso é dor de gases, não vai passar com remédio, só vai fazer você dormir e ficar mais tempo aqui. Só passa quando você andar. Eu: então eu quero andar agora. Fiquei metade do tempo que o médico tinha como previsão para o pós.
Fui para o quarto e eu nem tinha saído da maca, quando a enfermeira veio e disse. Conte no relógio 15 minutos sentada e vamos andar. Oi?????????
Gente, juro, eu nem me lembro desses 15 minutos e de ter acordado de verdade quando tive que andar. Comecei andar devagarinho com o soro e meu pai no corredor, quando encontrei com uma enfermeira chamada Regina. Ela largou uma paciente, pegou no meu braço e disse: não é assim que anda. E começou a me arrastar no maior pinote pelo hospital. Super rápido e ela me arrastava e me obrigava a arrotar, botou para escovar o dente, dizendo que não podia engolir nada. Sentei e ela: você vai ter uma dor muito forte, uma náusea, mas vai melhorar. Mas você tem que fazer certo ou os gases vão para as costas e piora. Enfim, ela botou o maior terror, Eu e meus pais ficaram em pânico com aquilo. Enfim, ela mandou eu respirar bem fundo (com dor e tudo) e assoprar com força. Eu arrotei, mas não foi tanto assim. Mas enfim, não senti dores absurdas, então acho que deve ter ajudado sim. E assim Regina se foi dizendo que eu seria uma nova pessoa por encontrá-la. Fiquei com um pouco de medo/raiva na hora pela maneira que ela se impunha e não se importava com o fato de ter acabado de sair da cirurgia.

No primeiro dia, as enfermeiras não deixaram eu engolir nem saliva. Disseram que alguns médicos deixam, outros não deixam e então era melhor eu não engolir. Então assim: dores na barriga, caminhadas a cada 40min/1h no corredor e nem saliva eu podia engolir. Eu sentia minha boca e minha garganta grudando sem uma gota de água. 

21.03.2013
Dr Renato passou e disse que me liberaria para os líquidos (chá, água de coco, água e gatorade). A partir daí comecei a engolir a saliva para me preparar, rs. Quando coloquei a água de coco na boca, tive um pouco de medo, masa fui colocando bem devagarinho e deu certo.
Com isso veio luftal, lisador líquido também.

22.03.2013
Dr Renato passou e disse que liberaria leite, caldo e gelatina. Se eu me desse bem, iria para a casa a tarde.

Vou dando mais detalhes aos poucos ou então esse post não acaba nunca.

terça-feira, 19 de março de 2013

Faltando poucas horas para a bariátrica

Gente, faltam poucas horas. 



Estou eu aqui na maior 'encanação', será que estou fazendo jejum direito? Será que eu não devia ter comido aquilo?
Para ajudar, estou naqueles dias... como se eu não tivesse motivos o suficiente para me preocupar. Estou com medo do tal "tampão".
Claro que saiu também uma herpes na minha boca. É só meu emocionar ficarr fortemente abalado que o corpo não resiste. Até pensar se vou rasgar minha herpes na hora de entubar, eu estou pensando. 
Mas não estou reclamando de mim. Estou inteira até agora, consegui passar o dia sem surtar de ansiedade.. Espero, profundamente, me surpreender amanhã. Ter uma recuperação e uma força muito maior do que eu imagino. 
Quero ter o prazer do alívio. Torçam por mim.

domingo, 17 de março de 2013

Contagem regressiva - 3 dias para a cirurgia bariátrica


Pessoal, vou operar depois de depois de amanhã, rs.. e já é à noite.. 

Tentei ontem e hoje comer menos gordura e alimentos pesados e.... batata! Minha tristeza aumenta conforme como menos tranqueira, ou quando como menos o que eu quiser. Por favor sem hipocrisia de que eu preciso primeiro resolver os problemas de compensar as coisas em comida ou de ver a comida como fonte de alegria. Todo mundo tem seus problemas e todos os obesos descontam na comida, sim. Não dá para esperar resolver tudo antes de operar, ou então não precisaríamos. 
Eu sei que a cirurgia não vai resolver por si só, o sucesso vai depender de mim.  Só busco que ela me ajude me dando um excelente incentivo para que eu consiga melhorar do jeito que eu quero, com bons hábitos de alimentação e exercícios. O emagrecimento vai me ajudar. Mas estou disposta ao esforço, só preciso de um bônus inicial para lembrar de como vale a pena.
Esse é meu blog e eu não sou perfeita. Como realmente acredito que há pessoas imperfeitas como eu por aí (por mais que não digam), quero jogar a real... para que, quando pessoas que estão na busca da cirurgia se identifiquem e não fiquem pensando que cirurgia é apenas para pessoas perfeitas. Eu sou uma pessoa que quer a chance de mudar.

O que me deixa com muito medo da bariátrica é perder a minha liberdade. Eu sei que em tese é justamente o contrário pois minha vida é totalmente presa e limitada. Mas me refiro no sentido de não poder comer qualquer coisa como, quanto, quando quiser, depender das vitaminas etc. Ora, não posso mesmo.. hoje eu tenho essa liberdade e vejam só o que fiz com isso, virei obesa mórbida. Como não sei o que exatamente me espera pois cada um reage de uma forma, a despedida das comidas está me parecendo uma despedida mesmo. 

Agora pouco meu marido perguntou: se eu fizer esse cupcake de caneca, você come comigo? E eu chorei. Nem era tanta vontade de comer o tal cupcake (no qual acabei dando umas garfadas), é por pensar que no futuro essa pode nem ser uma pergunta plausível porque eu nunca vou poder. Mas não vou pensar nisso agora. Vou encarar tudo de uma nova forma. 



Achei essa foto na internet. Isso é liberdade? Eu tenho certeza que quando vir uma imagem de uma comida tranqueira que eu gosto muito, eu vou sentir uma vontade persecutória. Mas quero deixar aqui registrado de como esse descontrole destruiu minha vida deformando meu corpo e me prendeu em casa. Quero passar por esse tratamento de choque como um viciado internado e depois seguir minha vida com a mesma vigília que um ex viciado precisa para ter uma vida melhor. Na verdade, maior. Pois a minha droga está todos os dias em todos os lugares, no convívio social, não posso ficar simplesmente distante. Tenho que dosar, o que, para mim, é muito mais difícil. 

Como conversei com minha terapeuta, meu objetivo é tirar todo esse prazer da comida. Hoje minha vida se resume a isso e eu quero desarmá-la. Quero tirar esse poder dela de me deixar triste ou feliz. Vou ampliar minha vida e ter outros motivos. 

Falando em terapia, fizemos uma coisa ótima. No último sábado, ela fez uma super sessão com meu marido, pai, mãe e irmão, com o objetivo de conversar e preparar acerca da cirurgia. Estou bem assistida e estou buscando todos os recursos para me fortalecer e vencer a obesidade. 
Essas últimas semanas busquei o pilates, a acupuntura  e ontem me superei comprando até os tais florais de bach.. recurso que nunca acreditei (acredito), mas estou tentando por de lado todo o meu ceticismo, não quero passar um minuto questionando, quero fazer tudo o que for possível para ocupar a minha mente e fazer com que eu consiga me acalmar e passar pela cirurgia. Sou tão ansiosa, como já relatei aqui algumas vezes, que vem a dor física e falta de ar. Só de pensar no hospital, me dá angustia no peito, mas preciso conseguir.

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